Skate: pai das manobras!Bicampeão mundial, Eddie ‘El Gato’ Elguera visita Bauru e conta como o skatetransformou sua vida. | |
Precursor do skate moderno, o californiano Eddie Elguera, mais conhecido como ‘El Gato’, segue firme na modalidade. Depois de ser bicampeão mundial no vertical, em 1979 e 1980, Elguera passou por um período complicado, envolvido com drogas e álcool, mas converteu-se ao cristianismo e atualmente, aos 52 anos, divide o tempo entre as pistas e os cultos, onde é pastor.
O bicampeão esteve ontem em Bauru, na sede da Igreja Batista do Jardim Bela Vista, que desenvolve trabalho junto a 200 jovens skatistas. Ele conversou (um pouco em inglês, um pouco em português) com os bauruenses e também demonstrou sua habilidade na pista existente no local. Elguera bateu um papo com a reportagem do JC e falou sobre a sua trajetória. Confira os principais trechos.
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JC – Como foi seu começo e de onde surgiu o apelido ‘El Gato’?
Elguera – Comecei em 1970, aos 8 anos. O shape era pequeno, eu ainda não dava manobra, só ficava dando ‘rolezinho’. Aliás, naquela época não tinha muitas manobras. No começo dos anos 70 não tinha proteção, e quando a gente caia, eu caia em pé, como um gato, por isso o apelido.
JC – E os mundiais, quando foram?
Elguera – Em 1979 e 1980. Fui bicampeão mundial e naquela época fiz manobras que não existiam, como o elguerial, rock’n roll, fakie ollie, invert, e muitas outras. Em 1980, depois do segundo mundial, eu não estava me preenchendo, me sentia vazio, e comecei a procurar o porque disso. Eu achei que chegando ao topo do mundo preencheria isso, mas foi o contrário. Comecei a usar drogas, a beber. E depois de três anos nessa vida, me converti a Jesus.
JC – E quando você voltou ao skate?
Elguera – Eu passei a servir a Deus. Três anos depois desse ocorrido eu voltei a andar de skate. Eu pensei comigo mesmo: “Não estou mais no topo, como voltar?”. Mas vi que não tinha que voltar por mim, mas com um novo propósito. Isso foi em 1986. Voltei a competir, em bom nível, consegui ficar entre os primeiros em vários campeonatos.
JC – E o Brasil, qual foi a 1ª vez que veio para cá?
Elguera – Foi em 1987. Naquela época não tinha muitos campeonatos fora dos Estados Unidos. Eu lembro que era em São José dos Campos e eu não estava em um dia bom, quebrei o tornozelo. Mesmo assim continuei andando, porque tinha muita gente que estava lá só para me ver, não queria desapontar o pessoal.
JC – Qual foi seu grande adversário no skate?
Elguera – Tony Walk, com certeza é o skatista mais famoso do mundo (12 vezes campeão mundial de vertical). Me sinto muito honrado em ter criado manobras que ele utilizou também, em ter influenciado. O Eric Koston foi outro grande skatista na época, especialista em street.
JC – Sobre os skatistas brasileiros, o que pode falar a respeito?
Elguera – O Brasil sempre teve grandes nomes. Bob Burnquist, que é meu amigo, Sandro Dias, Sérgio Barros, Sérgio Negão. Se eu ficar falando fico uma tarde inteira (risos), tem muito cara bom aqui! E tem skatistas novos, como o Murilo Peres.
JC – Você é descendente de mexicanos. Qual sua relação com a
América Latina? Parece que fala bem o espanhol... Elguera – Sim, meu pai nasceu no México e foi para a Califórnia com 17 anos de idade. Eu já nasci nos Estados Unidos. Eu sempre visitava meu avô no México e naquela fase que eu parei com o skate quis ficar morando lá, cuidando do rancho dele, mas vi também que lá não seria o meu lugar. Quanto ao espanhol, acho que falo mais ou menos bem. Um ‘poquito’ (risos).
FONTE: JC NET (JORNAL DE BAURU)
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terça-feira, 3 de junho de 2014
ENTREVISTA EXCLUSIVA DO JC NET (JORNAL DE BAURU) COM EDDIE ELGUERA
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